07/10/2008

O adeus a Italo Bianchi

Texto de: Gisele Centenaro

Ele nasceu em Milão, em 9 de fevereiro de 1924. Aos 12 anos, já estava apaixonado. Pelos meios de comunicação. Seu primeiro amor: o Corriere della Sera. Levado pelas mãos de seu pai, ao conhecer a redação do jornal se sentiu arrebatado não apenas pelo universo das letras, mas também das artes, mesmo porque Italo Bianchi viveu parte de sua infância entre óperas e esculturas. A música o embalava ao som da voz de sua mãe. O apuro estético entrou em suas veias em meio aos trabalhos que seu pai, como artista plástico, legou ao mundo. Formou-se, em 1946, em História da Arte, ano em que também começou a atuar com projetos gráficos – entre outros trabalhos, desenhou famílias de tipos tipográficos para a Fundição Nebiolo, em Turim.

Chegando ao Brasil em 1949, procurou seus pares e, a princípio, os encontrou na Companhia Cinematográfica Vera Cruz, onde atuou como cenógrafo e art director até 1954. A cenografia do longa Uma pulga na balança outorgou a Italo Bianchi o Prêmio Saci de Cinema em 1953. Tempo das artes, e da falta de dinheiro. Por amor a elas e pela necessidade dele, rumou, em 1955, para Buenos Aires, na Argentina, onde, entre outras obras, como capas de discos e livros, produziu cenários abstratos para os espetáculos de balé clássico da Companhia de Dança Ana Itelman.

Em mais uma tentativa de residir no Brasil, desta vez de todo gloriosa, Italo Bianchi retornou, um ano depois, à capital paulista, quando teve início uma das fases mais felizes de sua vida, parte dela dedicada ao jornal O Estado de S.Paulo, como diretor de arte. Surgiu de suas mãos o projeto gráfico do Suplemento Literário, que circulou pela primeira vez em 6 de outubro de 1956.

Entre jornalistas, diagramadores e publicitários, o trabalho de Italo Bianchi floresceu, inclusive no desenvolvimento, como free-lance, de peças para propaganda, design de embalagens e criação de marcas. Rapidamente, ele também se viu envolvido com o mundo acadêmico, ensinando história da arte e teoria da comunicação no Iadê. Paralelamente, fez incursões como designer no setor de móveis, idealizando projetos de linha industrial.

Inspirado por Umberto Eco, a quem conheceu pessoalmente, em 1965, ao participar de um curso de semiologia ministrado pelo filósofo e escritor, Italo Bianchi decidiu montar um estúdio de comunicação visual e criação publicitária em Recife, ideal que se tornou realidade em 1968, com trabalhos para Abaeté, MPM, Standard, dentre outros clientes. Cada vez mais aninhado na propaganda, ele assumiu a direção de criação da Proene antes de fundar, em 1971, a Italo Bianchi Publicitários Associados, juntamente com Alfrízio Melo.

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